O significado de Nam myoho rengue kyo

NAM
Nam, contração de Namu, que deriva do sânscrito NAMAS, significa "devotar" ou a relação perfeita da vida da pessoa com a verdade eterna. Ou seja, dedicar a própria vida ou relacionar-se com a verdade eterna da vida. Também significa acumular infinita energia através desta fonte e tomar atitudes positivas aliviando o sofrimento dos outros.

MYOHO
Myoho literalmente significa Lei Mística.
Myo significa "místico", mas elimina qualquer sombra de milagre. É assim chamado porque o mistério da vida é de inimaginável profundidade por tanto está além da compreensão do homem.
Ho significa "lei". A intrínseca natureza da vida é tão mística e profunda, que transcende o âmbito de conhecimento humano. Por exemplo: o ser humano nasce como um bebê, cresce e torna-se um jovem, depois um idoso e por fim morre. Isso é obviamente, uma inquebrável lei regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais pode nascer adulto ou escapar desse ciclo, por mais que deseje.

RENGUE
Rengue é a lei de causa e efeito. O budismo esclarece essa lei em todos os fenômenos do universo, e é simbolizada pela Flor de Lótus (Ren, flôr e Gue lótus, em japonês), pois produz a semente (Causa) e a flor (Efeito) simultaneamente. Uma quantidade enorme de todas as causas passadas formam o efeito da condição presente. Ao mesmo tempo, o momento presente é a causa do futuro. Assim, a vida é a continuação dos momentos combinados pela corrente de causa e efeito.
KYO
Finalmente kyo significa a função e influência da vida, como também a transformação do destino, simbolizando a continuidade da vida através do passado presente e futuro. É o ensinamento do Buda, que é eterno

Myoho-rengue-kyo é o título do Sutra de Lótus, como foi traduzido para o chinês, que Nitiren Daishonin nos aponta como o Sutra que contém o caminho para a iluminação. Colocando Nam antes do título do Sutra de Lótus ele cunhou o mantra que recitamos diariamente, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, que numa tradução livre seria o algo como: Devotar-se ao Sutra de Lótus, ou Devotar-se à Lei Mística da Causa e Efeito exposta pelo Buda no Sutra de Lótus.

Claro que isso é apenas uma tradução extremamente simplista dos caracteres que compõe o Nam-Myoho-Rengue-Kyo, e não expõe toda a profundidade da Lei Mística, que é a expressão da verdade última da vida.

O Nam-Myoho-Rengue-Kyo cobre todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no Universo. em outras palavras, é a vida do Buda que alcançou a suprema Iluminação. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é idêntica à vida do Universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual a vida individual dos seres humanos.

A natureza de Buda está exatamente dentro de cada um de nós. É o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Quando entoamos o Daimoku a natureza de Buda dormente dentro das nossas vidas é convocada. Invocado deste modo, o que desperta é o Buda. Quando um pássaro numa gaiola canta, os pássaros voando no céu vêm para baixo. Quando os outros pássaros se reúnem ao redor, o pássaro engaiolado tentará escapar. Do mesmo modo se recitarmos a Lei Mística, o Nam-Myoho-Rengue-Kyo em voz alta, a natureza de Buda se revela e se alegra e nos acompanha. Se praticarmos corretamente, não haverá beco sem saída na vida. Uma vez que nos baseamos na Lei Mística, podemos definitivamente transformar as nossas vidas para o melhor e ultrapassaremos qualquer impasse. Em qualquer situação, seguir essa lei absoluta com fé absoluta é, na verdade a base da nossa prática.
Nam-Myoho-Rengue-Kyo!

                                Texto Cesinha Chaves, compilado de matérias de estudo do Bloco Mandala, Barra, RJ

O significado das cores da SGI


 No dia 27 de abril de 1988, durante a 1ª Reunião de Dirigentes da Divisão

Feminina da Soka Gakkai, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, sugeriu a

confecção de uma nova bandeira da divisão, citando como exemplo a

Conheça a Bandeira da BSGI.
bandeira francesa que possui três cores:                

azul, branca e vermelha, que significam

“liberdade”, “igualdade” e “fraternidade”

— lema da Revolução Francesa.

O significado das cores da SGI

Ele propôs a adoção das cores azul, amarela e vermelha, tendo cada qual

diversos significados como: boa sorte, espírito de procura e harmonia; paz,glória e vitória; ou ainda, Kossen-rufu, inteligência e sol.

Dessa forma, no dia 26 de julho desse mesmo ano, o presidente da Soka

Gakkai, Einosuke Akiya, apresentou a nova bandeira durante a 7a Reunião de

Dirigentes da Soka Gakkai, realizada no Centro Cultural Soka, em Tóquio.

Posteriormente, ela foi adotada amplamente pela

organização, com significados distintos, como:

Divisão Feminina (boa sorte, espírito de procura e

harmonia); SGI (paz, glória e vitória); Escolas Soka

(sabedoria, glória e paixão) e Seikyo Shimbun

(Kossen-rufu, inteligência e sol).
 
Fonte:
Brasil Seikyo, edição nº 1.828, 21 de janeiro de 2006, pág A7.

Encontro da Amizade 28-08-2010

Convite
Encontro da Amizade

Os Blocos Recanto e Barreto, pertencente da Comunidade Marmeleiro da RM São Roque, também conquistou a condição de Monarca. Com esse feito, a Comunidade Marmeleiro se tornou Monarca com 100% em tudo.

Apresentador(a)
Regiane ~ Responsável de Bloco - DF
 

Abertura
Conversao de Daisaku Ikeda ao Budismo de Nitiren Daishonin.
Sr. Wanderley Santiago ~ Responsável de Bloco DS
 
Gongyo

Sr. Rubens Simão ~ Responsável de Distrito





Mensagem

Sr. Reginaldo - Vice- Responsável de Distrito

Canção " Juntos com Sensei "

Regência : Djaina , Cleide , Sandra, Wanderley, Vicente, Thais, Tauane , Ana e Thales

Leitura da Matéria :
" Sobre os Três Tipos de Tesouro "

Srta. Bruna e Sr. Adalfredo - Responsável de Bloco
“É raro nascer como ser humano. O número daqueles que são dotados com vida humana é tão pequeno quanto a quantidade de terra que podemos colocar sobre uma unha. Viver como ser humano é difícil — tão difícil quanto o orvalho permanecer sobre a grama. No entanto, é melhor viver um único dia com honra do que viver 120 anos e morrer na desgraça. Conduza sua vida de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo é diligente em servir a seu lorde, em servir ao budismo e em sua consideração pelas outras pessoas.”

RESUMO E CENÁRIO HISTÓRICO
   Sobre a carta
Nitiren Daishonin escreveu esta carta em Minobu, em setembro de 1277 e a endereçou a Shijo Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo Yorimoto, mais conhecido como Shijo Kingo, em Kamakura. O escrito é conhecido pelo título “Os Três Tipos de Tesouro” em função de uma célebre passagem em que Daishonin orienta sobre a importância do “tesouro do coração” em relação ao “tesouro do corpo” e ao “tesouro do cofre”. O “tesouro do cofre” que corresponde às riquezas materiais e o “tesouro do corpo” à saúde e às habilidades pessoais podem declinar com o passar do tempo, mas o “tesouro do coração” conquistado no interior da vida de cada um por meio da prática da fé nunca será destruído.


Por volta de 1274, Shijo Kingo havia iniciado seus esforços para converter seu lorde, Ema, aos ensinos de Daishonin. No entanto, lorde Ema não respondeu positivamente. Em vez disso, reduziu o tamanho das terras de Kingo e ameaçou enviá-lo à remota província de Etigo. Além disso, seus colegas espalharam falsos rumores sobre ele, e Kingo foi acusado de causar tumulto em um debate ocorrido em junho de 1277, durante o qual um sacerdote da Tendai, Ryuzo-bo, foi derrotado por Sammi-bo, discípulo de Daishonin.


Nesta carta, Daishonin alerta Shijo Kingo e ao mesmo tempo o instrui sobre a maneira correta de agir em meio às provações. Citando referências históricas do imperador Sushun e outros, Daishonin ensina a Kingo que, como budista, ele deveria conduzir a vida diária de maneira admirável e ter consideração pelos outros. Por essa razão, este escrito é conhecido também como “A História do Imperador Sushun”.

EXPLANAÇÃO

 O invencível Shijo Kingo

Shijo Kingo enfrentou todos os tipos de obstáculos, lutando com toda a força e venceu-os graças à fé, sem jamais ser derrotado. O Buda Nitiren Daishonin cuidou dele e dispensou-lhe total confiança. É muito conhecido por ter acompanhado Nitiren Daishonin durante a Perseguição de Tatsunokuti e arriscado a vida junto com seu mestre. Apesar de possuir esse espírito resoluto, Kingo possuía a natureza de irritar-se facilmente. Ao que tudo indica, devido a isso encontrava dificuldade para manter relações
harmoniosas com as pessoas.


Devido à sua fé, Shijo Kingo atraiu críticas e a rivalidade de seus colegas, que o caluniavam perante o seu lorde, Ema. Além disso, bonzos maldosos e cheios de intrigas acusaram-no falsamente de crimes totalmente sem fundamento. Consequentemente, o lorde ficou insatisfeito com ele, confiscou suas terras e dispensou os servos. Para a época atual, isso seria equivalente a ser rebaixado ou até mesmo suspenso do trabalho.


Mesmo diante destas provações, Shijo Kingo manteve-se firme como um leal discípulo do seu mestre, Nitiren Daishonin, e seguindo suas constantes e minuciosas orientações, no final conquistou uma grande vitória. Mais tarde, quando o lorde Ema caiu doente, Shijo Kingo, empregando suas habilidades médicas, ajudou a curá-lo. O lorde ficou muito grato e, em 1278, devolveu as propriedades de Kingo e, mais tarde, concedeu-lhe ainda mais terras.


Shijo Kingo perseverou com uma firme e sincera fé, estando em total acordo com os ensinos de Nitiren Daishonin durante toda a vida, e confrontando também as pessoas que o ameaçavam. Com coragem e sem temor, ele continuou a bradar em prol da paz e da justiça e seu nome permanece até hoje nos anais do budismo, resplandecendo com um brilho imortal e duradouro. Daishonin orientou constantemente Shijo Kingo para que não fosse covarde, advertindo-o da seguinte forma: “As orações de uma pessoa covarde não são respondidas”. (WND, pág. 1.001.) Viver plenamente
Ter uma vida longa não significa necessariamente que tenha sido plena de realizações. O importante é o que deixamos para trás, que tipo de valor criamos e o quanto contribuímos para a felicidade de outras pessoas.



A vida é curta. É um desperdício passá-la em vão a procura de glória que é algo tão frágil e impermanente como uma bolha de sabão, ou sofrer por invejar outros que possuem tal glória. É por isso que Daishonin afirma nesta passagem: “É raro nascer como ser humano. O número daqueles que são dotados com vida humana é tão pequeno quanto a quantidade de terra que podemos colocar sobre uma unha. Viver como ser humano é difícil — tão difícil quanto o orvalho permanecer sobre a grama. No entanto, é melhor viver um único dia com honra do que 120 anos e morrer na desgraça”.


No interminável ciclo de nascimento e morte, Daishonin nos mostra quão raro é o fato de nascermos como ser humano comparando-o à minúscula quantidade de terra sobre a unha. Portanto, estamos desfrutando nesta existência desta rara boa sorte de nascermos como seres humanos. No entanto, a nossa existência como ser humano é tão breve quanto as gotas do orvalho sobre as plantas que desaparecem com o raiar do sol. É exatamente por esta razão que devemos viver a cada dia com dignidade e integridade.
Comprovar a prática da fé em meio à sociedade

Na frase “Conduza sua vida de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Nakatsukasa Saburo Saemon-no-jo é diligente em servir a seu lorde, em servir ao budismo e em sua consideração pelas outras pessoas”, o Buda Nitiren Daishonin nos ensina sobre um importante princípio da prática da fé na vida diária.


Daishonin incentiva Shijo Kingo para que se torne conhecido e elogiado pelas pessoas de sua localidade pela sua brilhante diligência “em servir ao seu lorde”, “em servir ao budismo” e por uma maravilhosa “consideração pelas outras pessoas”. Em outras palavras, Daishonin está aqui orientando Kingo para desenvolver seu caráter.


O verdadeiro significado de “prova real” no Budismo de Nitiren Daishonin está em “desenvolver o caráter” à medida que “se aprimora a prática da fé”. Nitiren Daishonin orienta a “ser diligente em servir ao budismo” justamente para que possa cultivar as comprovações da prática da fé na forma de “prova real”. “Servir a seu lorde” corresponde nos dias atuais à comprovação profissional no local de trabalho, e a “consideração pelas outras pessoas” às atividades visando a felicidade e o bem-estar das pessoas, isto é, às atividades em prol do Kossen-rufu realizadas em nossa Organização.


Em um discurso, o presidente Ikeda afirma: “O presidente Toda orientava da seguinte forma: Existem pessoas que pensam levianamente que pelo simples fato de possuírem o Gohonzon não precisam ir em busca de novas tentativas para melhorar sua vida, iludidos de que poderão obter benefícios sem o mínimo de esforço. Essa forma de pensar é um grande erro. Portanto, devemos alertar tais pessoas sobre a grande calúnia que estão cometendo. Sobre a questão, Nitiren Daishonin diz: ‘Se a pessoa se torna versada no Sutra de Lótus naturalmente compreenderá o significado das leis da sociedade’. Em outras palavras, aqueles que abraçam o Gohonzon devem ser capazes de melhorar sua vida ou mesmo fazer com que seus negócios prosperem”. (Brasil Seikyo, edição no 1.211, 13 de fevereiro de 1993, pág. 9.)
BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2045, PÁG. , 31 DE JULHO DE 2010.

Comentários sobre á Matéria
Sra. Maria Aparecida - Responsável de Distrito - DF

Relato de Atividades

Sr. Carlos Rodrigues - Responsável de comunidade .

Decisão

Sr. Vicente Gimenez - Responsável comunidade de - DS

Entrega de Homenagem

Sra. Aparecida Maria e Sra. Cleide

Cumprimentos de Palavras

Sra. Marina Fonseca - Responsável de RM - DF

Palavras de Incentivos

Sr. Norberto Fonseca - Responsável de RM

Apresentação

Rubens e Roseno

"Seja como for, a grandiosa Revolução Humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade."

(Daisaku Ikeda)

Bloco Recanto (5701)
Comparecimento da Reunião de Palestra

1. Carlos Alberto Rodrigues Santos - DS

2. João Nascimento Gomes - DS

3. Norberto Fonseca - DS

4. Reginaldo Dias Vieira - DS

5. Rubens Simão da Silva - DS

6. Alba Valeria Miguel da Silva - DF

7. Cleide Nunes - DF

8. Isabel Cristina Pereira da Silva - DF

9. Marina de Fátima Fonseca - DF

10. Edicarlos Miguel Junior - DMJ
Convidada - DFJ Flávia

11. Jonnhy Nunes Correa - DMJ
Convidados - Tiago e Pablo DMJ

12. Elisangela Miguel Cristian - DFJ

13. Thais Nunes Vieira - DEF

Bloco VILA BARRETO (5700 )
Comparecimento da Reunião de Palestra

1. Wanderley Santiago - DS

2. Ana Bueno Camargo - DF

3. Irene Dias Vieira - DF

4. Josefa Helena Cesar - DF
Convidados ( a) Aleir - DF / Darci - DS  



5. Regiane Dias Vieira - DF

6. Rita de Cássia Bueno - DF

7. Adalfredo Kaltenegger Filho - DMJ
Convidados ( a)  Janette - DF / Alex - DS

8. Maria Bernadete Bueno - DFJ

9. Gabriel Vieira da Silva DEM -

10. Jennifer Ildefonso Vieira da Silva - DEF

Convidados ( a)
Contos - DME / Luane - DEF / Ana Lucia - DEF / Adnes - DEF

Bloco JORDÃO
Comparecimento da Reunião de Palestra

1. Ana Julia Garcia Rodrigues Santos - DEF

2.Aparecida Maria Silva Cardoso - DF

3. Bruna da Silva Cardoso - DFJ

4.Luis Henrique Santos Rodrigues Garcia - CM

5.Maria de Lourdes Rodrigues Santos - DF

6.Orlando Santos Rodrigues - DS

7.Sandra Mara Garcia dos Santos Rodrigues - DF

Bloco Marieta
Comparecimento da Reunião de Palestra
1.Conceição Aparecida Prestes Gimenes - DF

2.Djalma Prestes Gimenes - DFJ

3.Ednir Prieto Mello - DF
Convidados (as) - João Vitor / Maria Eduarda / Eva Maria

4.Juraci Pedroso - DF

5.Maria Celi de Oliveira - DF
6.Tereza Franscisca da Costa - DF

7.Vicente Gimenes Mógica - DS

P a r a b é n s !!!!

Nitiren Daishonin

Nitiren Daishonin nasceu em 16 de fevereiro de 1222,
em Kominato, na Província de Awa, a leste da atual Baía
deTóquio, como filho de uma família de pescadores.
Seu pai chamava-se Mikuni no Tayu e sua mãe,
 Umeguikunyo.Quando nasceu recebeu o nome
de Zenniti-maro, e com a idade de 12 anos entrou para
o templo Seityoji a fim de estudar o budismo.
Com dezesseis anos, entrou para o sacerdócio, tendo como mestre o bonzo Dozen-bo, e recebeu o nome de Zesho-bo, Rentyo. Desse dia em diante, devotou-se inteiramente ao estudo de todas as escrituras budistas.



Ele visitou os principais templos e leu todos os sutras e tratados. Como resultado, aprendeu a essência do budismo, compreendendo a doutrina e o método para a salvação de todas as pessoas. Após dezesseis anos de estudo e prática, compreendeu que o ensino fundamental do budismo é o Sutra de Lótus.


Ao meio-dia de 28 de abril de 1253, no templo Seityoji, ele proclamou o Nam-myoho-rengue-kyo como único e verdadeiro ensino de Mappo, estabelecendo o Verdadeiro Budismo. Estava então com 32 anos (1) de idade.


Nessa ocasião, nomeou a si próprio de Nitiren (literalmente, Sol de Lótus).


Quando Daishonin declarou a Verdadeira Lei, refutou a seita Nembutsu (ou Jodo) afirmando ser a causadora do inferno de incessantes sofrimentos. Isso despertou o ódio de Tojo Kaguenobu, lorde da área e seguidor da seita Nembutsu. Banido de Seityoji, Daishonin foi para Kamakura, a sede do governo na época.


Numa pequena cabana, num local chamado Matsubagayatsu, ele iniciou sua atividade para a salvação de todas as pessoas.


Nos dias de Nitiren Daishonin, as três calamidades e os sete desastres (2) aconteceram sucessivamente. Em particular, um grande terremoto abalou Kamakura em agosto de 1257, e destruiu quase todos os seus principais prédios. Tendo como motivo esse terremoto, Daishonin visitou o templo Jissoji para ponderar sobre a causa das três calamidades e dos sete desastres e também sobre como erradicar essa causa. Foi durante sua estada nesse templo que Nikko Shonin tornou-se seu discípulo.


No dia 16 de julho de 1260, Nitiren Daishonin endereçou um tratado intitulado Rissho Ankoku Ron (A Pacificação da Terra por meio da Propagação do Verdadeiro Budismo) para Hojo Tokiyori, um ex-regente que exercia enorme influência sobre o governo da época.


O tratado afirmava que a causa das três calamidades e dos sete desastres estava na calúnia das pessoas à Verdadeira Lei e na aceitação de doutrinas que contradiziam o ensino do Buda.


Entretanto, Tokiyori rejeitou a admoestação de Daishonin. Enquanto isso, com o apoio de Hojo Shiguetoki, o pai do então regente Hojo Nagatoki, um grupo de seguidores da seita Nembutsu reuniu-se em Matsubagayatsu, na cabana de Daishonin, para assassiná-lo. Esse acontecimento é conhecido como “Perseguição de Matsubagayatsu”, e ocorreu na noite de 27 de agosto de 1260.


Daishonin escapou por pouco dessa perseguição, mas foi banido para a localidade de Ito, na Província de Izu, em 12 de maio de 1261. A ordem do regente — o exílio — foi na realidade uma decisão ilegal embasada somente em seus sentimentos pessoais.


Em fevereiro de 1263, Hojo Tokiyori emitiu o perdão permitindo que Daishonin retornasse a Kamakura. No dia 11 de novembro de 1264, quando Nitiren Daishonin ia visitar Kudo Yoshitaka, chefe do poderoso clã em Awa e um de seus devotados seguidores, sua comitiva chegou a um local chamado Komatsubara, onde subitamente, a tropa de Tojo Kaguenobu atacou. Essa foi a “Perseguição de Komatsubara”.


No dia 18 de janeiro de 1268, emissários mongóis chegaram a Kamakura levando ordens de submissão ou guerra. Presenciando a invasão estrangeira que ele havia predito no Rissho Ankoku Ron, mais uma vez admoestou os governantes, dizendo que deveriam converter-se ao Verdadeiro Budismo.


No dia 12 de setembro de 1271, Hei no Saemon, chefe da força militar, ordenou que Daishonin depusesse na corte para investigações. Daishonin enfrentou-o destemidamente e advertiu-o sobre a conduta errônea do governo. Como resultado, dois dias depois ele foi preso como um rebelde por guerreiros liderados por Hei no Saemon. Esse chefe militarista arbitrariamente decidiu decapitar Daishonin à meia-noite no campo de execução de Tatsunokuti, em Kamakura.


Entretanto, não foi possível decapitá-lo, pois no momento da execução, “um corpo celeste tão brilhante quanto a Lua surgiu repentinamente na direção de Enoshima e atravessou rapidamente o céu de Sudeste a Noroeste. Era pouco antes da alvorada e estava muito escuro para ver o rosto de qualquer pessoa, entretanto, o objeto clareou todos. O carrasco caiu cobrindo sua face, e seus olhos cegaram-se. Em pânico, alguns soldados fugiram para longe, outros caíram de seus cavalos e outros ainda esconderam-se atrás das selas.” (“Comportamento do Buda”, END, vol.1, pág.163.) Esse acontecimento é chamado de “Perseguição de Tatsunokuti”.


Nesse momento, Nitiren Daishonin abandonou sua condição transitória como Bodhisattva Jogyo, ao mesmo tempo em que provou a si mesmo ser o Buda Original da Suprema Sabedoria. Esse fato é chamado de Hosshaku Kempon (abandonar a forma transitória e revelar a verdadeira identidade).


Após a tentativa malsucedida de execução, o governo decidiu banir Daishonin para a Ilha de Sado. Forçado a permanecer numa pequena choupana, sem alimentos e em meio a um frio intenso, ele sofreu ataques contínuos por parte dos bonzos inimigos que viviam no local. Apesar de viver em circunstâncias tão severas, Daishonin escreveu muitas obras importantes nesse local.


O exílio em Sado dividiu em duas fases a vida dedicada à propagação. Desde que recitou pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo em 28 de abril de 1253 até o seu segundo exílio na Ilha de Sado, ele somente propagou o Daimoku e não se referiu aos “Três Grandes Ensinos Fundamentais”. Após a Perseguição de Tatsunokuti e seu exílio em Sado, Nitiren Daishonin assume a sua identidade como Buda Original dos Últimos Dias da Lei, ou o Buda Original da Suprema Sabedoria. Posteriormente, ele inscreveu o Gohonzon, expondo seus importantes ensinos e finalmente atingindo o propósito de seu advento — o estabelecimento do Dai-Gohonzon do Verdadeiro Budismo.


Dos escritos que completou na Ilha de Sado, os dois mais importantes são “Abertura dos Olhos” e “O Verdadeiro Objeto de Adoração”. Ele iniciou a preparação de “Abertura dos Olhos” em 1271 e terminou em fevereiro de 1272. Essa escritura é a prova documental da revelação do Buda Original. Nela Nitiren Daishonin expõe que ele próprio é possuidor das “três virtudes de soberano, mestre e pais”, e que é o “Buda Original dos Últimos Dias da Lei”, ou o “objeto de adoração em termos de Pessoa”.


Ele escreveu “O Verdadeiro Objeto de Adoração” em abril de 1273, no qual esclareceu que o Gohonzon é o objeto de devoção para a salvação de todas as pessoas nos Últimos Dias da Lei e a forma como o Daimoku deve ser recitado. Nitiren Daishonin inscreveu a sua condição de vida em forma de um mandala, revelando desse modo o “objeto de devoção em termos de Lei”.


Assim, ele ensina que as pessoas nos Últimos dias da Lei devem abraçar o Gohonzon de nimpo ikka (unicidade de Pessoa e Lei) e recitar o Daimoku com fé a fim de atingir a iluminação nesta vida.


Perdoado de seu exílio na Ilha de Sado em fevereiro de 1274, Nitiren Daishonin retornou a Kamakura em março. Em 8 de abril, apresentou-se perante Hei no Saemon, oficial representante do regente Hojo Tokimune.


Diferente da primeira ocasião, Hei no Saemon mostrou-se gentil e polido quando perguntou a Nitiren Daishonin sua opinião sobre o ataque mongol, e quando isso ocorreria. Daishonin respondeu claramente: “Eles certamente chegarão ainda este ano”, como consta no Gosho “Comportamento do Buda”. Também admoestou os oficiais contra a aceitação de religiões heréticas e solicitou-lhes que buscassem a fé no Verdadeiro Budismo a fim de evitar a invasão.


Entretanto, uma vez mais recusaram a advertência e Daishonin decidiu viver em reclusão na Vila haguiri, situada aos pés do Monte Minobu, na Província de Kai.


Em outubro de 1274, as forças mongóis atacaram Ikki e Tsushima, duas das ilhas situadas no Sudoeste do Japão, e então seguiram para a Baía Hakata, na costa nordeste de Kyushu. Nitiren Daishonin devotou-se totalmente preparando os seus discípulos e trabalhando em volumosas teses tais como “A Seleção do Tempo” e “Retribuição aos Débitos de Gratidão”. Além disso, transferiu oralmente seus profundos ensinos a seu sucessor imediato, Nikko Shonin, os quais se encontram no Ongui Kuden (Registro dos Ensinos Orais), Hyaku Rokka Sho (As Cento e Seis Comparações) e Honnin-myo Sho (Sobre a Verdadeira Causa);


Em 21 setembro de 1279, vinte camponeses e seguidores de Nitiren Daishonin, que viviam Atsuhara, foram injustamente detidos. Eles foram levados a Kamakura e aprisionados, sendo coagidos a abandonar a fé no Budismo de Daishonin, mas persistiram, sem ceder às torturas praticadas pelos guardas de Hei no Saemon. Mais tarde, os três irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro foram executados, enquanto dezessete outros seguidores foram banidos de suas terras. Essa foi a “Perseguição de Atsuhara”.


Mais tarde, Daishonin mudou-se para um templo chamado Minobu-zan Kuonji. Depois, transferiu a totalidade de seus ensinos a Nikko Shonin. Em 13 de outubro de 1282, faleceu aos 61 anos (3) na residência de Munenaka Ikegami.


Nota:


1. No sistema japonês de contagem, considera-se que a pessoa já tenha um ano de idade no ano de seu nascimento


2. Três calamidades e sete desastres: Calamidades e desastres causados pela calúnia ao Verdadeiro Budismo. As três calamidades são: guerra, pestes e fome. Os sete desastres são: (1) eclipse solar ou lunar; (2) movimento anormal dos corpos celestes ou aparecimento de cometas; (3) destruição geral pelo fogo; (4) irregularidades meteorológicas tais como tempestades e alterações anormais de temperatura; (5) ventanias e furações; (6) seca prolongada; e (7) destruição do país por lutas internas ou por invasão estrangeira.


3. Vide nota 1.

Fonte:
Apostila Exame de Budismo 2.000, págs. 48-50.

Tsunessaburo Makiguti

Tsunessaburo Makiguti nasceu em 6 de junho de 1871, numa pequena vila na região noroeste do Japão. Com três anos de idade, foi abandonado primeiro pelo pai e depois pela mãe. Devido a isso, foi criado por seu tio, Zendayu Makiguti, de quem adotou o sobrenome. Sabe-se que de tempos em tempos sua mãe o visitava, até que um dia ela tentou o suicídio pulando com ele no Mar do Japão. Ambos foram resgatados, mas nunca mais voltaram a se encontrar. Com aproximadamente quinze anos, Makiguti mudou-se para Otaru, onde viveu com um outro tio.

Por ser extremamente pobre, não tinha como dar continuidade aos estudos. Foi trabalhando em uma delegacia de polícia que o jovem Makiguti conseguiu, com seu excelente desempenho no trabalho, impressionar o chefe de polícia, que o levou consigo quando se transferiu para Sapporo. Ali Makiguti teve a oportunidade de matricular-se numa escola normal como aluno do terceiro ano.



Em 1893, aos 22 anos, formou-se e aceitou o cargo de professor-supervisor em uma escola de ensino fundamental. Teve de se submeter a uma rígida disciplina, cuja finalidade era desenvolver educadores obedientes. Posteriormente, como professor, foi-lhe exigido ser um modelo em disciplina. Em 1901, devido a um incidente associado a uma aparente ruptura disciplinar, Makiguti foi forçado a abandonar seu cargo na escola.


Os anos seguintes foram caracterizados por sérias dificuldades financeiras para ele e sua família. No entanto, foi também um período de significativa prosperidade intelectual, que resultou na publicação de seu primeiro livro, Geografia da Vida Humana. Após ocupar vários cargos, entre eles um no Ministério da Educação, em 1913 tornou-se diretor da Escola de Ensino Fundamental Tossei, e nos vinte anos posteriores trabalhou como diretor e professor primário em outras escolas de Tóquio. Foi das observações anotadas e acumuladas durante esse período, refletindo seu pensamento e experiência, que teve origem a obra Educação para uma Vida Criativa, publicada por Dayle M. Bethel, pesquisador da vida e da filosofia educacional de Makiguti.

Makiguti iniciou sua carreira como educador numa época de grandes debates sobre a direção do novo Japão, em que se discutia o papel social e a responsabilidade da educação. Os tradicionalistas e confucionistas de sua época sustentavam que a fidelidade e a obediência eram virtudes primárias que deveriam ser dogmatizadas nos indivíduos. Para a grande desilusão de Makiguti, os tradicionalistas, elevados por uma crescente onda de nacionalismo e militarização, triunfaram e dominaram o tratado educacional japonês até o final da Segunda Guerra Mundial.

Tsunessaburo Makiguti baseava sua filosofia educacional naquilo que chamava de “teoria da criação de valor”. O propósito da vida era a felicidade, que ele definia como sendo o estado em que a pessoa pode plenamente criar valor.



A vida e a obra de Makiguti permaneceram em oposição aos tradicionalistas, tanto no campo da educação como no da religião. “Para se reconstruir será necessário, em primeiro lugar, demolir”, dizia. Na área educacional, em que, por falta de credenciais acadêmicas respeitáveis, entre outras razões, ele sempre permaneceu como um intruso, atacou consistente e abertamente os privilégios e bradava por uma reforma do sistema escolar, de cima para baixo.


Por volta de 1920, conheceu Jossei Toda, também professor, com quem dividiu suas convicções e lutas, tornando-se inseparáveis como mestre e discípulo. Mais tarde, em 1928, um fato mudou irrevogavelmente a vida de ambos: eles foram apresentados ao Budismo de Nitiren Daishonin pelo diretor da Escola Comercial Mejiro. Ao se aprofundarem no estudo e na pesquisa do budismo, encontraram nele a expressão última da filosofia humanista de valor por eles defendida.


Após sua conversão ao budismo, Makiguti foi ainda mais cercado de controvérsias. Mesmo assim, convicto de suas idéias, fundou, em 18 de novembro de 1930, juntamente com Jossei Toda, a Soka Kyoiku Gakkai, literalmente Sociedade Educacional de Criação de Valores, a predecessora da atual Soka Gakkai. Nessa mesma data, publicou a obra Teoria do Sistema Educacional de Criação de Valores (Soka Kyoikugaku Taikei). Makiguti tornou-se o presidente da organização, e Toda, o diretor-geral — mais tarde o segundo presidente.


Crítico sempre franco dos professores e da burocracia educacional do Ministério da Educação japonês, de cuja política discordava freqüente e publicamente, não era de se surpreender que Makiguti encontrasse tão poucos aliados e muitos inimigos poderosos.


Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e com a entrada do Japão nesse conflito, todos os cidadãos foram obrigados a abraçar o xintoísmo que doutrinava o povo a devotarem a vida ao Imperador. Makiguti e Toda, como principais líderes da Soka Kyoiku Gakkai, começaram a sofrer crescente pressão do Estado xintoísta e, em 6 de julho de 1943, foram presos por sustentarem posições consideradas intransigentes, defendendo o antimilitarismo e, sobretudo, a liberdade religiosa.


Em 18 de novembro de 1944, após dezessete meses de confinamento, Makiguti faleceu aos 73 anos de idade devido à desnutrição e aos maus tratos na prisão. Seus ideais para a educação, a cultura e a paz foram legados a Jossei Toda que, libertado em 3 de julho de 1945, assumiu a tarefa de reconstrução da Soka Kyoiku Gakkai em meio aos escombros da guerra.


Com a dedicação de Toda, que mais tarde mudou o nome da organização para Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores), juntamente com Daisaku Ikeda, que se tornou seu discípulo em 1947 e abraçou seus ideais e de Makiguti, a organização cresceu e as idéias do primeiro presidente vêm sendo difundidas de geração a geração em 190 países e territórios, agora como Soka Gakkai Internacional, sob a liderança de Ikeda.

Fonte:
Terceira Civilização, edição nº 435, novembro de 2.004, pág.10.
Ibidem, edição nº 394, junho de 2.001, pág. 3.




Jossei Toda

Jossei Toda, segundo presidente da Soka Gakkai,
nasceu em 11 de fevereiro de 1900na Província de Ishikawa,
Japão, e era o filho mais novo de uma família numerosa.
Quando nasceu, seu pai, Jinshiti, estava com 44 anos e sua mãe,
Sue, com 39. Quando Toda tinha dois anos, sua família viu-se
obrigada a abandonar o comércio marítimo e a buscar uma nova
vida no vilarejo pesqueiro de Atsuta, em Hokkaido, na costa
selvagem e tempestuosa do norte do Mar do Japão.

Toda cresceu numa casa simples de madeira próxima do Rio Atsuta. Da janela do quarto onde costumava estudar, apreciava a magnífica vista do oceano. Em certa ocasião, ele disse: “Esta é minha amada praia (1). Fui criado por este mar e pela rigorosidade da natureza.” No inverno, podia-se ouvir o ruído dos pingentes de gelo que caíam. Toda sempre ansiava pela primavera e se sentia feliz quando ela finalmente chegava.



Sabendo que as groselhas eram abundantes na nascente do Rio Atsuta, ia visitar os agricultores rio acima, carregando com ele um pacote de algas marinhas. Trocava-as por groselhas, que por sua vez vendia, usando o dinheiro para comprar presentes para seus pais.


Aos oito anos, perdeu o irmão mais velho. A morte chocou-o profundamente e deixou nele uma impressão duradoura. Pelo resto da vida, não conseguiu deixar de lado a preocupação com as grandes questões da vida e da morte. Ainda criança, esses problemas começaram a tomar forma em sua mente.


Toda foi um menino inteligente e sensível, apesar de não ter sido robusto. Demonstrou grande inclinação para os estudos, e particularmente era hábil em álgebra. Nos níveis superiores era freqüentemente chamado para substituir o professor nas aulas. Concluiu com honra o curso na Escola Atsuta, em 1914, mas não pôde continuar os estudos. Embora o diretor da escola e outros amigos lamentassem sua saída, ele foi obrigado a trabalhar para ajudar no sustento da família.


Devido às condições financeiras, Toda possuía poucos livros. Ao visitar seu professor, ficava admirado ao ver as estantes enfileiradas de livros sobre literatura e filosofia.


Certa ocasião, seu professor questionou-o por que não tentava ler todos, dizendo que os emprestaria um de cada vez até que todas as suas estantes ficassem vazias. Todos os dias, Jossei Toda lia avidamente seus livros. Quando adulto, manifestou que tudo o que era devia a esse grande incentivo recebido.


Para retribuir ao professor, resolveu doar livros para as escolas de Atsuta, surgindo desse ato a tradição da Soka Gakkai de doar livros para bibliotecas de escolas e universidades para promover a educação e a cultura.


Em 1915, entrou como aprendiz na Companhia Kokoro de Saporo, no ramo de atacado de roupas, papelaria e miudezas. Embora o ambiente fosse pouco favorável aos estudos, aproveitava todos os momentos vagos para ler. Dois anos depois, apesar de não possuir curso superior, passou nos exames que lhe davam crédito para professor primário assistente. Em 1918, começou formalmente sua carreira na educação, lecionando na sexta série da Escola Primária Mayati, na desolada região de minas de carvão de Yubari. Toda morava na casa de um mineiro e a família de um dos alunos lhe oferecia as refeições. Embora fosse rigoroso, seus alunos tinham grande carinho por ele e invadiam sua pequena sala após as aulas para estudar e brincar. Apesar de ter permanecido ali por pouco tempo, deixou uma profunda impressão nas crianças, mesmo muitos anos depois, já adultas, ainda se lembrariam dele com afeição.


Enquanto ensinava, Toda dedicava-se a seus próprios estudos e, nos dois anos seguintes, passou nos exames que o habilitariam a lecionar Química, Física, Geometria, Álgebra e matérias regulares do primário. Em 1920, Toda conseguiu firmar-se como professor, mas o vilarejo pobre e distante era muito pequeno para conter suas esperanças. Em março, após se despedir de seus pais, ele partiu para Tóquio.


Seus primeiros meses na capital foram desencorajadores. Sem encontrar cargo no magistério, teve de trabalhar como office boy, além de executar outros serviços temporários. O que o atormentava acima de tudo, mais do que as dificuldades financeiras, foi não ter um mestre que lhe possibilitasse estabelecer visões corretas da vida.


Naquela época, passou a se chamar Jogai, que significa “fora do castelo”. Sem um mestre, ele sentia toa a solidão de um samurai sem um lorde a quem prestar lealdade.


Em meados de agosto, foi apresentado a Tsunessaburo Makiguti, diretor da Escola Primária Nishimati, um homem de idéias ímpares e práticas sobre a educação e que era visto com desconfiança pelos mais conservadores. Os métodos de ensino daquela época confiavam fortemente em currículos fixos e na memorização de fatos irrelevantes. A educação era dificultada por restrições tradicionais e havia pouco campo para as mentalidades renovadoras.


Impulsivamente, Toda rogou a Makiguti que o empregasse, prometendo: “Transformarei mesmo as crianças mais atrasadas em excelentes alunos.” Makiguti aceitou-o como professor substituto. Assim, ele encontrou aquele que seria seu mestre por toda a vida. Jossei Toda tinha 19 aos, e Makiguti, 48. A partir daquele dia, trabalharam juntos em tudo, compartilhando alegrias e tristezas.


A obra Teoria do Sistema Educacional de Criação de Valores de Makiguti foi publicada em 18 de novembro de 1930, marcando o nascimento da Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de valores), a predecessora da Soka Gakkai. Era a primeira vez que o nome dessa organização aparecia impresso na ourela de um livro. Makiguti era seu presidente e Toda, o diretor geral.


Em 1939, irrompeu a Segunda Guerra Mundial resultante do choque de interesses entre as nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), somando às pretensões dos alemães de dominar o mundo.


Um ano após, o Japão aliou-se à Alemanha e à Itália e ocupou a Indochina em 1941. Sua expansão militar entrou em choque com os Estados Unidos e, em 7 de dezembro de 1941, os japoneses realizaram um ataque surpresa a Pearl Harbor, no Havaí.


À medida que o Japão avançava na guerra, o sofrimento do povo aumentava. O governo militarista japonês adorava a Deusa do Sol do xintoísmo. Na iminência de ser derrotado, defendia que a nação deveria se unir em uma só prece à deusa a fim de obter proteção. Assim, a nação japonesa tentou unificar todas as religiões, chegando a ponto de encorajar todos os cidadãos a adorarem a Deusa do Sol.


Tsunessaburo Makiguti opôs-se categoricamente ao governo, afirmando eu a nação seria destruída se continuasse a adorar a Deusa do Sol e a menosprezar o Sutra de Lótus.


Nem mesmo o clero da Nitiren Shoshu escapou desse pensamento distorcido e, com medo da investida militar, optou por aceitar o talismã xintoísta, que representava a adoração á deusa.


Em junto de 1943, os líderes da Soka Gakkai receberam uma ordem para irem ao Templo Principal. O clero da Nitiren Shoshu sugeriu que os membros da Soka Gakkai recebessem o talismã xintoísta de qualquer forma e que seguissem provisoriamente as normas militares.


Ao relatar essa época, Jossei Toda escreveu: “O presidente Makiguti rejeitou resolutamente a idéia de aceitar o talismã xintoísta e deixou o Templo Principal. No caminho de casa, ele me disse: ‘O que lamento não é o fato de uma religião ser arruinada, mas que nossa nação perecerá. Temo que o Buda esteja triste com esta situação. Não seria esta a época de advertir toda a nação? Eu não compreendo que o Templo Principal teme. (...)’.”


“O presidente Makiguti, eu próprio e nossos companheiros fomos proibidos de visitar o Templo Principal, e todo o Japão taxou nossas famílias de inimigas da nação. Foi como aconteceu, foram dias muito estranhos.” (2)


Em 6 de julho de 1943, Makiguti e Toda foram presos e encaminhados para o Centro de Detenção de Sugamo. Makiguti, fraco e desnutrido, faleceu na prisão em 18 de novembro de 1944. No dia anterior, ele havia se vestido cuidadosamente com trajes formais e pediu para ser levado ao ambulatório. “Eu não soube de imediato sobre a morte de meus mestre”, escreveu Toda. “A última vez que o vi foi no inverno de 1943, no posto policial onde estávamos presos. Fomos encarcerados em celas estreitas e individuais. (...)”


“Em 8 de janeiro de 1945, um ano e meio após ser preso, disseram-me que o Sr. Makiguti havia falecido. Quando retornei à minha cela, não pude conter as lágrimas.”


“Quase na mesma época da morte do presidente Makiguti, eu havia completado aproximadamente dois milhões de Daimoku e experimentei uma condição de vida profundamente mística graças à grande benevolência do Buda Original. Após isso, dediquei todo meu tempo a questionamentos, recitando Daimoku e sentindo a alegria por ter sido capaz de compreender o


Sutra de Lótus, que fora tão difícil de entender a princípio.”


“Enquanto estava sendo interrogado, fui informado de que a maioria de nossos companheiros havia abandonado a prática. Lamentei profundamente a fraca fé deles mas, ao mesmo tempo, experimentei a alegria da gratidão ao Dai-Gohonzon das profundezas de meu coração. Decidi dedicar toda minha vida ao Buda Original Nitiren Daishonin.” (3)


Da prisão ele escreveu uma carta de encorajamento a seu filho: “Seu pai não poderá vê-lo por um bom tempo. Desejo fazer um trato. Recite cem Daimoku ao Gohonzon numa hora determinada da manhã de acordo com sua conveniência. Nessa hora, seu pai também recitará cem vezes o Daimoku. Nesse ínterim, as ‘duas intenções’ se comunicarão como telégrafos sem fio. Assim poderemos conversar. Se seus avós e sua mãe desejarem acompanhá-lo, deixe-os à vontade.” (4)


Toda foi libertado em3 de julho de 1945, um mês antes do cessar-fogo. Tóquio estava em ruínas, e os membros da antiga Soka Kyoiku Gakkai estavam dispersos. Em seu coração, disse a seu mestre: “Nossa vida é eterna. Não há início nem fim para ela. Estou agora consciente de que todos nós aparecemos neste mundo com a grande missão de propagar os sete caracteres do Sutra de Lótus nos Últimos Dias da lei. Se fosse para nos definir, diria com convicção que todos nós somos Bodhisattvas da Terra.” (5)


Quando Toda saiu da prisão, estava com 45 anos de idade e pesava menos de 40 quilos. Antes de ser aprisionado, tinha quase 70 quilos. Estava desnutrido, com tuberculose, asma, cardiopatia, diabete hemorróida e reumatismo. Além disso, continuava a sofrer de diarréia crônica, doença característica dos desnutridos. Sua forte miopia reduziu terrivelmente a capacidade visual a ponto de quase perder uma das vistas.


A reconstrução seria uma tarefa difícil e solitária, mas ele não se deixou abalar. Nessa época, mudou seu nome para Jossei, que significa “sábio do Castelo”, nome que refletia a convicção de alguém que havia despertado para o propósito de sua vida.


O nome Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Educacional de Criação de Valores) foi mudado para Soka Gakkai (Sociedade de Criação de Valores) refletindo a determinação de Toda de que a nova organização deveria transcender os objetivos puramente educacionais da sociedade, engajando-se de forma mais ativa no campo da cultura e tendo como objetivo básico a promoção da paz mundial.


No ano de 1947, Jossei Toda encontrou-se com Daisaku Ikeda, um jovem de 19 anos, que buscava uma verdadeira filosofia de vida. Adotando Toda como seu mestre, Ikeda abraçou seus ideais e se tornou seu discípulo imediato, dedicando-se à reconstrução da Soka Gakkai.


Nessa época, o Japão encontrava-se em séria crise financeira e a editora de Toda estava à beira da falência. Mesmo nessa situação, Daisaku Ikeda manteve-se fiel a Toda e continuou trabalhando ao seu lado.


As críticas que recaíam sobre Jossei Toda e a Soka Gakkai eram constantes. Dessa forma, com o sentimento de bradar pela verdade e justiça e de propagar o ideal da paz para todo o Japão e os povos da Ásia, Toda lançou o desafio de criar um jornal — o Seikyo Shimbun.


Juntamente com Daisaku Ikeda, Toda publicou a primeira edição do jornal em 20 de abril de 1951. Inicialmente, o periódico era constituído de uma única folha impressa, com uma tiragem de 5 mil cópias e publicado a cada dez dias. Hoje a tiragem do Seikyo Shimbun ultrapassa 5,5 milhões de exemplares.


Pouco depois, em 3 de maio de 1951, Toda tornou-se o segundo presidente da Soka Gakkai.


Ele viveu num ritmo alucinante a fim de reconstruir a Soka Gakkai. Edificou organizações de base, realizou reuniões de palestra por todas as partes do Japão, orientou os membros sobre diversos assuntos, fez visitas às famílias e fundou as Divisões das Senhoras, das Moças e dos Rapazes.


Ainda no ano de 1951, visando a comemorar os setecentos anos do estabelecimento do Verdadeiro Budismo, Toda anunciou o projeto de publicação das escrituras completas de Nitiren Daishonin (Gosho). Com o auxílio de seu discípulo, Daisaku Ikeda, a obra foi lançada em 28 de abril de 1952.


Em 1953, observando o desenvolvimento da organização, Toda desejava que Makiguti estivesse vivo para ver como a pequena sociedade que fundara havia crescido, tornando-se uma organização de 50 mil famílias. Constantemente, dizia: “Quero acabar com a miséria da face da Terra.”


Notas:


1. Terceira Civilização, edição nº 291, novembro de 1992, Encarte Especial, pág. 9.


2. “História e Convicção da Soka Gakkai”, Apostila do Exame de Budismo de 1997, pág. 21.


3. Ibidem, págs. 21-22.


4. Revolução Humana, vol. 1, pág. 36.


5. “História e Convicção da Soka Gakkai”, Apostila do Exame do Budismo de 1997, pág. 22.


6. Terceira Civilização, edição nº 292, dezembro de 1992, Encarte Especial, pág. 11.


7. Ibidem, pág. 17.


8. Ibidem, edição nº 295, março de 1993, Encarte Especial, págs. 9-10.

Fonte:
Apostila Exame de Budismo 2.000, págs. 58-61.
Terceira Civilização, nº 456, agosto de 2.006, pág. 32.

Daisaku Ikeda

Daisaku Ikeda, presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI),
nasceu em 2 de janeiro de 1928, em Tóquio. Filho de colhedores
de algas marinhas, desde a infância sofreu devido a sua saúde
 debilitada e as dificuldades da época. Tão doente ele era que
os médicos não acreditavam que viveria até os trinta anos.
As experiências vividas nesse período e a incerteza com
relação ao futuro aguçaram-lhe ainda mais a sensibilidade
 e sua índole humanitária e incutiram-lhe uma forte
consciência dos desafios que o ser humano enfrenta na vida.
Leitor apaixonado, começou desde cedo a compor poesias
 para expressar seus anseios e sentimentos.

Daisaku tinha 17 anos em 1945, quando a Guerra do Pacífico chegou ao fim. Quatro de seus irmãos haviam sido recrutados, sendo que o mais velho foi morto em combate. O extremo sofrimento causado à sua família e ao povo japonês intensificou ainda mais seu repúdio à guerra.



Em 14 de agosto de 1947, aos 19 anos, Daisaku conheceu Jossei Toda, o homem que se tornaria seu mentor e influenciaria de forma decisiva o curso de sua vida.


Na época, Toda, um brilhante educador e praticante do Budismo de Nitiren Daishonin, empenhava-se em reconstruir a Soka Gakkai. Posteriormente, Toda se tornaria o segundo presidente da organização, sucedendo ao seu mestre, Tsunessaburo Makiguti.


Daisaku fora convidado por um amigo para participar em uma das reuniões que Toda promovia para ensinar sobre o budismo.


Sua avidez pelo aprendizado e a promessa feita ao amigo fizeram Daisaku desafiar seu estado febril e comparecer à essa reunião.


As explicações lúcidas e diretas de Toda sobre diversas questões impressionaram o jovem.


Dez dias depois, em 24 de agosto de 1947, Daisaku converteu-se ao Budismo de Nitiren Daishonin. A filosofia budista proporcionou-lhe as respostas para as perguntas sobre a natureza da vida e da morte que há muito procurava. E foi Jossei Toda quem lhe ensinou e forjou seu espírito como discípulo e sucessor.


Foram apenas pouco mais de dez anos de convivência, mas que valeram por uma rica e frutífera existência. As realizações de ambos tornaram-se marcos para a organização. Dentre elas, estão o lançamento do Seikyo Shimbum (jornal da Soka Gakkai) em 1951; a conversão de 750 mil famílias ao Budismo de Nitiren Daishonin, a chamada “Campanha de Fevereiro”, em 1952; a “Declaração pela Abolição das Armas Nucleares, feita por Toda em 1957, por ocasião do “Festival da Juventude”; e o encontro do dia 16 de março de 1958, conhecido como a “Cerimônia do Kossen-rufu”, em que o presidente Toda delegou aos jovens a missão de realizar a paz mundial. Duas semanas depois dessa cerimônia, em 2 de abril, Toda faleceria.


Sob a orientação de Toda, Daisaku aprendeu não somente o espírito de um verdadeiro líder, como também foi instruído em filosofia, literatura, conomia, política e em diversas outras áreas.


Devido à sincera prática da fé e aos incessantes incentivos de seu mestre, Daisaku ultrapassou a idade de trinta anos, contrariando as expectativas médicas. Um mês antes de completar trinta anos, ele escreveu em seu diário: “Não há uma outra vida para mim a não ser trabalhar, avançar e lutar com todas as minhas forças ao lado do presidente Toda. Estou ciente de que sou o que sou devido ao meu mestre.” 1 Daisaku registrou ainda em seu diário como havia passado cada década de sua existência até aquele momento, bem como suas metas para o futuro:


“Até os dez anos: Uma infância como filho de um humilde colhedor de algas.


“Até os vinte anos: Meu despertar e minha luta contra a doença.


“Até os trinta anos: Estudo e prática do budismo, e esforços intensos para derrotar a maldade da doença.


“Até os quarenta anos: Aprimoramento no estudo e na prática do Budismo de Nitiren Daishonin.


“Até os cinqüenta anos: Mostrar uma clara comprovação na sociedade.


“Até os sessenta anos: Conclusão da base do movimento pelo Kossen-rufu no Japão.” 2


Mas, em seu diário nada constava sobre o que iria ocorrer após os sessenta anos, pois ele jamais imaginaria viver além dessa idade.


Após o falecimento de Toda, Daisaku, com apenas 32 anos, assumiu a terceira presidência da Soka Gakkai, em 3 de maio de 1960.


Em seu discurso de posse ele jurou, fitando a foto de Jossei Toda e com os olhos marejados de lágrimas: “Sensei, sucedendo ao senhor, estou neste momento iniciando uma grande luta pela Lei dedicando toda a minha existência. Superando a vida e a morte, empreenderei viagens pelo Kossen-rufu mundial até a longínqua Índia. Por favor, observe-me.” 3 Essa promesssa foi uma resposta ao desejo de Toda que certa ocasião lhe havia confidenciado: “Daisaku, como eu quero viajar para o mundo, para a jornada do Kossen-rufu... O mundo é seu desafio, seu verdadeiro palco. Você precisa viver! Viva o máximo que puder e percorra o mundo!” O primeiro passo pela jornada do Kossen-rufu mundial foi dado em 2 de outubro de 1960, ocasião em que Daisaku Ikeda empreendeu uma viagem para os Estados Unidos, Canadá e Brasil, estabelecendo as bases da organização fora do Japão.


No prefácio do romance de sua autoria, Revolução Humana, ele deixou registrado palavras que se tornaram célebres: “A grandiosa revolução humana de uma única pessoa irá um dia impulsionar a mudança total do destino de um país e, além disso, será capaz de transformar o destino de toda a humanidade.”


De fato, Daisaku Ikeda é um exemplo disso. Sua revolução humana influiu decisivamente na vida de milhões de pessoas que hoje integram a Soka Gakkai Internacional (SGI) pois, ao vencer suas circunstâncias pessoais ele propagou de forma extraordinária o Budismo de Nitiren Daishonin para o mundo todo, difundindo esperança e coragem.


Na década de 1960, ele foi alvo da ira de pessoas que o acusaram de traidor por ter a coragem de apresentar uma proposta na 11ª Convenção da Divisão dos Estudantes clamando pela normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China. Isso foi durante a Guerra Fria, quando os governos do Japão e dos Estados Unidos viam a China como uma nação inimiga. Porém, seus esforços pela concretização da paz surtiram resultados com o passar dos anos. Em 1972, as duas nações emitiram um comunicado restabelecendo as relações diplomáticas e, em 1978, assinaram um tratado de paz e amizade.


Na década de 1970, Ikeda enfrentou uma de suas mais difíceis batalhas. Ele relembra esse período em suas Reflexões sobre a Nova Revolução Humana: “Vinte e quatro de abril de mil novecentos e setenta e nove. Esse foi o dia em que deixei a terceira presidência da Soka Gakkai — uma função que havia desempenhado por dezenove anos — e em que me tornei presidente honorário. Ao saberem da notícia, membros de todas as partes do Japão — e até mesmo do mundo — ficaram surpresos e mudos.


“Por trás de minha súbita renúncia estava a insidiosa tirania da Nitiren Shoshu e uma enxurrada de ataques contra a Gakkai perpetradas por traidores que se afastaram da fé e uniram forças com clérigos ardilosos do Templo Principal. Em particular, eles tramaram planos e perseguições para minha destruição, algo que foge à descrição em palavras.” 4


Daisaku Ikeda, no entanto, nunca retrocedeu na decisão de avançar no caminho de sua missão. Suas ações em prol do estabelecimento de uma sociedade global pacífica têm sido cada vez mais reconhecidas por diversos países por meio da concessão de várias homenagens.


Com as bases da organização firmemente solidificadas, e tendo cumprido tanto suas metas como as de seu mestre, Daisaku Ikeda tem se dedicado ainda mais para forjar nos jovens, que representam o futuro da organização, o mesmo espírito e missão, a fim de assegurar que o movimento pelo Kossen-rufu jamais seja interrompido.

Fonte:
Terceira Civilização, edição nº 408, agosto de 2.002, pág. 2.